quarta-feira, 28 de março de 2018

Tecnologia, Lei e Sociedade (2018.1) (28/03): "Dados e Poder: Coleta e uso de dados na internet"

Leitura:
Facebook’s Surveillance Machine
Cambridge Analytica
CAMBRIDGE ANALYTICA TOOK 50M FACEBOOK USERS' DATA—AND BOTH COMPANIES OWE ANSWERS

Audiovisual:
The Story of Facebook & Cambridge Analytica - Issie Lapowsky, WIRED Magazine
Snowden’s Message on Facebook’s data leak scandal with Cambridge Analytica
Cambridge Analytica Uncovered: Secret filming reveals election tricks
How Trump won | DW Documentary
Did Cambridge Analytica play a role in the EU referendum? - BBC Newsnight

6 comentários:

  1. "Se é de graça, você é o produto". Essa máxima do marketing digital traduz perfeitamente a situação em que o Facebook se encontra atualmente. Após atingir a marca de 2 bilhões de usuários mensais ativos em jun/17, em mar/18 foi divulgado que a Cambridge Analytica usou dados de 50 milhões de usuários do Facebook, que tem sua parcela de culpa por causa disso, para, entre outras coisas, influenciar resultados de eleições políticas. Mais que isso, recentemente foi divulgado que não foram "apenas" 50 milhões de vítimas, mas sim mais de 87 milhões. Dentre elas, 443.117 brasileiros.

    O Facebook, assim como o Google - também envolvido em questões do tipo, sempre tentou passar credibilidade e, por meio da sua missão e dos seus valores, conseguiu conquistar bilhões de usuários que confiam não só no serviço prestado, mas sim na empresa e na sua transparência. A depedencia dos serviços do Facebook chegou a um nível tão grande que outras redes sociais tiveram seu serviço interrompido após a mudança na política de dados do Facebook (https://olhardigital.com.br/noticia/mudancas-do-facebook-deixaram-tinder-sem-funcionar/75004) que ocorreu depois de todos os escândalos revelados no mês de março.

    Assusta ver a abrangência e o poder de manipulação que as redes sociais têm sobre seus usuários, que, na verdade, nada mais são que pedaços de informações que custam caro.

    Preocupado, Mark Zuckerberg chegou a publicar pedidos de desculpas até em jornais e algumas. A mídia inclusive provocou questionamentos sobre a habilidade de Zuckerberg de liderar uma empresa que cresceu para além de seu controle. Já o presidente do fundo de pensões de Nova York, Scott Stringer, afirmou que Zuckerberg deveria deixar seu cargo. O fundo é dono de US$ 1 bilhão em ações da rede social. Sobre isso, Mark afirmou "Quando se constrói algo como o Facebook, que não tem precedentes no mundo, algumas coisas podem dar errado".

    Após todos esses escândalos, seria esse o começo do fim do Facebook?

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  2. O repasse de informações pessoais (nome completo, telefone, endereço, número de documentos de identificação, data de nascimento, nomes dos pais, e-mail, etc) por parte das empresas, além de não ser proibido[1][2], é uma prática comum e que não necessariamente viola a legalidade por se tratar de dados que "são comumente fornecidos por qualquer cidadão na prática dos atos da vida civil, não se tratando de informações de natureza totalmente sigilosa ou confidencial"[2]. Porém esta ainda é causa de várias ações de clientes contra empresas visto que não há garantia que informações críticas como dados bancários também não estejam sendo repassados indevidamente, além de ser uma prática antiética. Este é um exemplo que mostra como a coleta de informações há muito já ocorre e que muito tem a ver com a discussão entre a lei e a norma.



    A coleta e uso de dados que vivencia-se hoje a partir da internet nada mais é do que uma extensão do que já ocorre entre as empresas de um modo geral que vendem e compram dados cadastrais umas das outras. O assunto talvez mereça ser tratado como um único problema onde, o que hoje é tratado como anti norma se torne em alguns casos anti lei, e que medidas sejam de fato aplicadas às empresas que violem a privacidade do consumidor. Claro que não devemos esquecer que o que se é divulgado na internet ou qualquer outro meio deve também ser ponderado pelo usuário que assume uma responsabilidade sobre seus atos quando este resolve informar/divulgar uma informação devendo ser acobertado pela lei apenas em casos de uso de informações sigilosas.



    De qualquer maneira o assunto abre uma preocupação ainda maior para um meio que além de menos controlado tem um alcance muito maior para coleta de dados como a internet. As eleições nos Estados Unidos é apenas um exemplo e mostra como uma nação de primeiro mundo, onde pessoas são ditas mais instruídas, pode ser enganada e influenciada. Que dirá então em países como o Brasil onde a parcela de pessoas desinformadas é muito maior?



    [1]https://www.conjur.com.br/2014-ago-31/vender-informacoes-cadastrais-consumidor-nao-ilegal-tj-rs

    [2] http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI248542,71043-Banco+de+dados+com+informacoes+pessoais+pode+ser+comercializado+sem

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  3. Eu acredito que não é de se espantar um acontecimento desse tipo do facebook. Hoje em dia a quantidade de informações que deixamos em cada plataforma ou aplicativo, são gigantes. Muitos podem achar que pode começar a ser o fim do facebook, mas eu não acredito nisso. Muitas pessoas são cientes da quantidade de informações que passam não só no facebook, mas em outras redes sociais. Muitas pessoas sabem que hoje em dia até mesmo em alguns empregos, os entrevistadores se quiserem podem ir atrás do seu perfil, ver como você se comporta, etc. Ou seja, creio que muitas pessoas tem a consciência que seus dados estão soltos de uma forma ou de outra e que de alguma forma, pessoas podem ter acesso se quiserem ou acabar compartilhando essas informações.

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  4. Victor Vianna dos Santos11 de abril de 2018 às 18:22

    É possível observar aspectos de alguns temas discutidos nas aulas anteriores, como “O que a Internet quer?” e “Tecnologia para o Bem Social”.

    Aparentemente, o mundo gigantesco do Facebook já atingiu proporções que tornaram seu controle pelo próprio Mark Zuckerberg e os funcionários da empresa questionável. Afinal, em seu depoimento ao Congresso Americano, inúmeros questionamentos dos Senadores não foram esclarecidos pelo CEO, que apenas dizia que seu time retornaria com mais informações posteriormente.

    Além disso, houve muita discussão sobre a regulamentação da Internet e das empresas que “a dominam”.

    Creio que a maioria dos usuários receia que regulamentar a Internet seja muito prejudicial. Porém, a partir do momento que ela se tornou elemento intrínseco da sociedade, os impactos que ela causa são muito significativos. Portanto, é importante que os usuários, as empresas e o governo trabalhem juntos para que a regulamentação seja a melhor para todos.

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  5. Um ponto de vista diferente da responsabilidade das empresas é que, o que leva as pessoas a disponibilizar tantos dados sobre sua vida na web? A única pessoa capaz de não se permitir influenciado é o próprio usuário, muitas pessoas preferem passar horas e mais horas em redes sociais virtuais disponibilizando mais e mais dados para as empresas do que se manter uma vida social real. Isso é um ponto que releva algo em suas vidas, que passa despercebido nesse contexto, que é algum tipo de doença psicológica. Por fim, nesse caso onde empresas repassam dados sem o consentimento do usuário devem ser punidas principalmente pelos próprios usuários, além da questão legal, alertando os e que suas vidas devem ser menos mais compartilhadas e sim mais vivida e saber dosar o quão é perigoso compartilhar todos os tipos de dados na web.

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  6. As redes sociais representam hoje um papel crucial nas nossas interações com as outras pessoas e com a informação. Em relação a este último, no momento em que colocamos dados pessoais na web, estamos alimentando a rede com informações valiosas sem muitas vezes nem nos darmos conta.
    A recente polêmica envolvendo o Facebook e a empresa Cambridge Analytica [*] é um bom exemplo da importância que têm a informação trazida pelos usuários e nos faz acender o alerta para questões como violação de dados, privacidade e proteção de conteúdo na web.
    Plataformas como o Facebook juntamente com tecnlogias recentes a exemplo da big data e da data analytics têm sido utilizadas na extração ilegal de informações pessoais para fins controversos. O que até então serviu para promover a interação coletiva, o aprendizado, entre outras atividades benéficas à sociedade, passou a ser usado com objetivos antiéticos como, por exemplo, na realização de campanhas políticas em favor de determinados interesses, candidatos ou partidos. A eleição de Trump e o Brexit são evidências do que a alienação coletiva através da manipulação de informações dos usuários pode acarretar. Tudo isso gera preocupação e desconfiança com a forma pela qual as informações que compartilhamos na web estão sendo usadas, se para influenciar nossas decisões e ações, especialmente se estas possuem expressivos impactos sociais e econômicos.
    No Brasil, o panorama político vem sendo marcado pela fragilidade das instituições devido à adoção de medidas que vão de encontro à manutenção da democracia. Nesse contexto, a proximidade das eleições nos faz pensar na possibilidade de uma situação de violação e manipulação massiva de informação de viés político. A disseminação de "fake news" de teor político já é, inclusive, uma realidade [*]. É essencial estarmos atetos a este fenômeno e discuti-lo, inclusive nas próprias redes sociais, alertando as pessoas, pois é algo que corremos o risco real de vivenciar num futuro próximo.

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