quinta-feira, 22 de março de 2018

Tecnologia, Lei e Sociedade (2018.1) (21/03): "Os Commons e a Produção Social"

Leitura:
Elinor Ostrom
Yochai Benkler
Tragedy of the commons
Law, Innovation, and Collaboration in Networked Economy and Society
The Wealth of Networks

Audiovisual:
Tragedy of the Commons or The Problem with Open Access
Tragedy of the commons | Consumer and producer surplus | Microeconomics | Khan Academy
Garrett Hardin on the Tragedy of the Commons
The Tragedy of the Commons
Ending The Tragedy of The Commons
Discussion 2 On Benkler's paper
Book Talk: Yochai Benkler on How Cooperation Triumphs over Self-Interest
The idea of the commons and the future of capitalism / Yochai Benkler _Harvard Law School
2 Yochai Benkler Towards an Open Social Economy

5 comentários:

  1. O termo "produção em pares baseada em commons" que Yochai Benkler "criou" para descrever esforços colaborativos baseados no compartilhamento de informações é perfeito para descrever a colaboratividade para um fim comum. Na nossa área observamos muito o peer programming, onde dois programadores trabalham juntos em uma estação de trabalho. Um escrevendo o código enquanto o outro revisa cada linha de código. Em alguns casos a produção em pares pode acarretar em conflitos, resultados negativos, porém na maioria das vezes o código (ou algum outro produto) resultante tem menos defeitos. A programação em pares pode, teoricamente, compensar essas despesas, reduzindo os defeitos nos programas.

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  2. A tragédia dos comuns é um assunto interessante e traz reflexões de contradições mais profundas do que o termo sugere. No decorrer das aulas tem-se discutido muito sobre os frutos que o trabalho coletivo e no caso da última aula das criações open source e de todo o potencial humano em realizar tarefas sem necessariamente ser recompensado. Porém, se você olhar para a economia hoje no geral, o capitalismo, a competitividade e outros aspectos não apenas econômicos percebe-se como o ser humano em um primeiro momento falhou em viver nos dizeres do 'commons'. O que se observa hoje é uma inserção de aspectos dessa visão comum em um meio maior e contrário a esse conceito. Como forma de equilibrar ambos, porém, ainda de forma tímida no diz respeito ao 'commons'. Acredito que seja difícil uma inversão de valores completa, porém, acho válida a intenção em se buscar um maior equilíbrio.

    Sobre a pergunta que houve em sala da diferença entre peer production e crowdsourcing achei um artigo que compara os 2:

    Peer production - Instead of production by the firm, peer production relies on participants in self-organizing communities. Contributors to peer production are not necessarily experts in a specific field; in fact, any individual in the general public may participate. Successful products or online services such as Linux, Wikipedia and SourceForge are all examples of peer production.

    Crowdsourcing - Crowdsourcing is an approach for firms to outsource the production of goods or services to an undefined set of entities. Crowdsourcing is distinct from peer production because while production is distributed there is a single organizing firm. [...]Another distinction between peer production and crowdsourcing is that the contributor(s) of crowdsourcing could be an individual, another firm, or a number of people (as in peer production) as noted by Jeff Howe, a key contributor to the notion of crowdsourcing.
    [https://pdfs.semanticscholar.org/9e94/2b17c699253db7b9b6bb5464efe153b9423c.pdf]

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  3. O trabalho em equipe e até mesmo o altruísmo sempre esteve presente na sociedade, inclusive no mundo animal. A sociedade já percebeu que trabalhando junto pode chegar mais longe e produzir bens/serviços de comum interesse a todos. A tragédia dos comuns ocorre quando os indivíduos passam a colocar seus interesses próprios em primeiro lugar, deixando de lado o interesse comum.

    A grande tendência em TI são projetos open source, programação em pares, etc. Mas, em outro ponto de vista, por exemplo, mais relacionado a questões educacionais, o trabalho em equipe também é muito bem visto. Na década de 70 foi criada a metodologia de ensino Team-Based leaning.

    Quanto a diferença entre crowdsourcing e peer production, entendo que ambos tem apenas um grande ponto em comum: o engajamento voluntário. No peer production, tal engajamento parte de uma sociedade auto-organizável que tem total controle sobre a produção com o objetivo de produzir bens/serviços para o bem social. Já no crowdsourcing, uma empresa pode controlar tal produção com o objetivo de ter a propriedade do bem produzido.

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  4. A tragédia dos comuns ou simplesmente problema do livre acesso a recurso, é uma preocupação entre biólogos e cientistas sociais. Pessoas que moram juntas devem encontrar uma maneira de preservar os recursos em comum. A questão aqui é a falta da possibilidade de exclusão, não tendo um maneira de impedir que outras pessoas usem um recurso até ela se exaurir. Infelizmente, existe um forte incentivo para as pessoas explorarem esses recursos quando eles são mantidos em compartilhamento com todos, quando indivíduos agindo independentemente acabam esgotando os recursos compartilhados. Em um artigo publicado por Garrett Hardin, um ecologista, foi sugerido por ele duas formas para tentar resolver esse problema, são eles: administração pública, em que a propriedade pertence e é administrada pelo governo, e propriedade privada. Em termos de propriedade estatal, um dos benefícios é que todos nós ianda compartilhamos o direito ao recurso, porém um dos problemas é que os tomadores de decisão não recebem os custos de suas ações ou não recebem algum benefício adicional para cada boa decisão que eles tomam, por exemplo, se um guarda florestal descobre uma forma inovadora de reduzir grandes incêndios, que irá adicionar valor ao parque, ele não irá receber o benefício direto por suas decisões. Entretando, a propriedade privada resolve esse problema, citado anteriormente, os tomadores de decisão recebem o resultado direto de suas ações. Portanto, para cada decisão ruim, eles vão receber os custos, e por cada inovação positiva eles vão receber os benefícios, para o exemplo anterior teríamos que o problema de incêndios florestais será altamente compensativo pela ótima decisão tomada. Limitar o acesso e garantindo que os tomadores de decisão recebam o resultado direto de suas ações permitirá tratar de questões importantes como este debatido.

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  5. Nas aulas anteriores foi discutido o tema da colaboração, as facilidades proporcionadas pela tecnologia para este fim e os benefícios da produção e compartilhamento voluntário de conhecimento. A chamada “tragédia dos comuns” é uma situação que vai no sentido oposto a tudo isso, pois os indivíduos estão mais preocupados com seus interesses pessoais e acabam por prejudicar o interesse coletivo causando a super exploração de recursos até a exaustão. Estes recursos hoje englobam tanto os naturais quanto os digitais, como a própria Internet. A produção colaborativa baseada em "commons" do professor Yochai Benkler, consequência do engajamento em conjunto massivo das pessoas, especialmente através da Internet, surge nesse contexto como uma alternativa aos modelos de produção tradicionais, que são mais rígidos.
    É uma questão que nos faz repensar desde nossos hábitos até também nosso modelo de sistema econômico, uma vez que o sistema capitalista incentiva primeiramente o acúmulo de recursos individuaias baseados em parâmetros muitas vezes duvidosos, como meritocracia e jogos de interesses das elites, em vez de se centrar no mais importante que seria o bem estar coletivo das pessoas e do ambiente.

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