quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Tecnologia, Lei e Sociedade (2015.2) (04/11): "A Deep Web e a Silk Road"

Leitura:
Deep web (search)
Silk Road (marketplace)
SILK ROAD: THEORY & PRACTICE

Audiovisual:
Deep Web (2015) Documentário Legendado
The Dark Net isn't what you think. It's actually key to our privacy | Alex Winter | TEDxMidAtlantic
Alex Winter: Deep Web Q&A | Film 2015 | SXSW

13 comentários:

  1. Documentário muito interessante sobre o caso Silk Road. Mas achei um pouco tendencioso para o lado do Ross William Ulbricht. Em todo o momento, a família queria passar a ideia de que o acusado era inocente. Mas na minha opnião, ele teve bastante culpa. Facilitar o comercio de produtos ilegais é muito perigoso, além de ser crime. Tudo bem que ele não está envolvido sozinho, e que todos os outros deveriam ser responsabilizados. A policia não deveria finalizar as investigações e a justiça colocar toda a culpa no Ross, mas voltamos no mesmo caso de que o governo quer usar alguém de exemplo.
    Outro ponto muito importante pra mim, e ao mesmo tempo muito perigoso, foi que o governo não esclareceu como descobriu o servidos do site, será que eles usaram meios ilegais para buscar informação?! Se isso aconteceu, é uma situação muito perigosa, pois onde está o direito da privacidade? Acho que os fins não justificam os meio.

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  2. Concordo com Diogo sobre o documentário ser um pouco tendencioso para o lado do acusado, porém essa foi a maneira que eles tiveram de mostrar seu lado da historia, onde provavelmente não foi muito escutado no tribunal. Não estou dizendo que ele foi inocente e que não merecia ser condenado, mas a pena foi muito severa pois obviamente ele não agiu sozinho e fez tudo por conta própria. Outra coisa que me chamou atenção sobre o julgamento é que é mostrado no documentário que o juiz falou que não era necessário conhecimento especifico para julgar o caso quando foi apresentado um argumento da defesa, e isso é algo que não é verdade, um caso desse precisa sim de conhecimento especifico para poder ser julgado corretamente.
    Outra ponto a ser comentado é a forma que foi adquirido as provas para sua captura e condenação. Provavelmente foi usado de técnicas proibidas pelo governo por isso não foi informado como isso aconteceu. Na minha opinião isso aconteceu por falta de leis sobre a internet, se fosse possível utilizar técnicas hackers com um mandato por exemplo, seria como vasculhar uma casa com permissão, não seria contra a lei. E esse tipo de coisa deve ser permitido, para impedir que se faça esse tipo de coisa por baixo dos panos, levantando a insegurança de que qualquer um pode estar tendo seus dados violados pelo governo.

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  3. Um caso parecido com o de Aaron Swartz, porém porém os motivos para declarar Ross são mais evidentes. A defesa de Ross em vários pontos do documentário afirma ter participação da NSA nesse caso da Silk Rold. É um argumento que eu particularmente concordo, depois da tragédia do 11 de Setembro, a NSA vem agindo acima da jurisdição, se eles espionavam até a coitada da Dilma, imagine um servido que pode conter provas contra uma ameaça aos EUA? Outra questão é a seguinte, "Uma pessoa de bem usaria a Deep Web?", Não que se acessar a DW você não seja de bem, mas, qual o motivo de não querer ser rastreado? Se não deve, então não teme.

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  4. Como já foi comentado, é possível fazer um paralelo desse filme com o do Aaron Swartz. Ambos chamam atenção para o despreparo do governo americano em lidar com situações de crimes na internet. Concordo que o documentário sobre Ross Ulbricht tenta trazer uma visão em que Ross é completamente inocente, o que soa exagerado. Porém é bem verdade que as investigações foram feitas de maneira superficial, como se os serviços de inteligência precisassem justificar o investimento no combate ao Silk Road prendendo alguém (e condenando-o) o mais rápido possível. É necessário entender que hoje em dia é preciso mais do que a prisão de uma pessoa pra parar um serviço na rede, a ideia continua existindo e há milhares de pessoas com habilidades e coragem de colocar tudo pra funcionar novamente, o que requer talvez toda uma restruturação das leis, formulada por pessoas com experiência hacker, para incluir essa nova categoria de crimes.

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  5. Minha opinião irá divergir totalmente das opiniões que ouvi na sala. O Silkroad era sim um grito de liberdade, e na minha visão isso era ótimo, simplesmente pelo argumento da liberdade, sem se utilizar de argumentos utilitaristas. Pessoas escolheram comprar, livremente, sem o uso de nenhum tipo de violência. Quanto as crianças que compraram, a responsabilidade sobre elas é dos pais, e não de governo algum.
    Sobre a alegação de que o documentário era tendencioso para o lado do Ross ser inocente e tal; ele não era inocente sob a ótica do Estado, isso é óbvio. Mas também é óbvio que, como libertário, ele não toma as leis do Estado como parâmetro para saber o que fazer, e sim os princípios libertários nos quais ele cria, sendo o principal, o princípio da não agressão, que por si só já coloca uma lente pra enxergar a vida em sociedade totalmente diferente da que os grandes Estados do mundo adotam.
    Para mais argumentos, em sua maioria utilitaristas em defesa da liberdade em relação a esse assunto e outros, recomendo o livro "Defendendo o Indefensável” do professor Walter Block. O capítulo 2 trata especificamente sobre as drogas, do ponto de vista da atividade do traficante e também do viciado.. Deixarei algumas citações desse capítulo abaixo, para talvez gerar o interesse em alguns de ler alguns argumentos desse livro.

    Sobre a atividade de tráfico:

    "É a proibição que drasticamente força a alta do preço e conduz o viciado a uma vida de crime e brutalidade que pode acabar com sua própria morte ou a de suas vítimas."

    "No caso da experiência chinesa com as drogas, os mercadores chi- neses foram forçados pela “diplomacia” e canhoneiros a aceitarem o ópio. A legalização de drogas que viciam, de forma nenhuma força as pessoas ao vício. E até mesmo a força ou a eliminação da força é a principal razão para se acabar com a proibição da heroína."

    Sobre o viciado:

    "O fenômeno do vício deveria ser considerado de um ponto de vis- ta intrínseco. Ou seja, a suposição será a de que o problema social ou interpessoal—a necessidade de um viciado se envolver em ativida- des criminosas, a fim de sustentar seu vício—tenha sido resolvida. Porque isso é causado pela legislação que proíbe a venda de narcóti- cos e é, portanto, um problema extrínseco à droga, ela própria. Os problemas intrínsecos do vício são todos os outros problemas que os viciados alegam enfrentar."

    "A questão a ser destacada, no entanto, não é a de que os viciados tenham problemas relacionados à droga, mesmo estando esta legalizada. Problemas especiais sempre acompanham interesses especiais; os violinistas vivem com medo de machucar os dedos, e as bailarinas não podem se dar ao luxo de quebrar os dedos dos pés. O consumo de heroína não é, em si próprio, um mal. Se for legalizado, não poderá, possivelmente, ferir qualquer outro que não o que consome a droga. Existem aqueles que podem querer falar, educar e prevenir contra o consumo de drogas, mas proibi-lo é uma violação clara dos direitos dos que querem usá-las."

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  6. Eu concordo que o documentário foi de certa forma tendencioso. E sim, acredito que ele teve responsabilidade, pois a plataforma que ele ajudou a criar, possibilitou um comércio ilegal, principalmente de drogas. Essa "liberdade" de qual falam não pode existir, pois drogas serem negociadas sem nenhuma dificuldade é um absurdo. Quanto a questão de ser dever dos pais cuidar para que seus filhos não consumam drogas, sabemos que não funciona assim, se fosse desse jeito bebidas e cigarros poderiam ser vendidos para pessoas de qualquer idade, e não para maiores de 18 anos. Sabemos que nem todos podem receber uma educação adequada dos pais, então o estado deve ajudar sim nesse controle. Sendo assim, a silk road nãõ pode existir, se nada de ilegal fosse feito lá, simplesmente poderia estar na rede aberta e não na deep web.

    Como sempre o governo pegou uma pessoa para usar de exemplo, isso não é a forma correta de se agir, ele deve ser punido pelo que fez sim, mas a pena deve ser condizente com seus crimes. Outro fator importante é descobrir como o governo conseguiu essas provas, pois eles deveriam ser os primeiros a respeitar as leis que garantem a privacidade.

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  7. Colocar qualquer tipo de comércio na internet representa uma facilidade desejável nos em qualquer setor de produção e consumo. Porém a forma de negócio evidenciada por Ross William Ulbricht no documentário é um ramo perigoso, além de ser um crime. O documentário passa a exagerar pelo sensacionalista que é exibido onde apenas o jovem é o culpado pela forma de disseminação na rede. Do lado das polícia, houve da mesma forma um caso amenizado de investigação por infringir os direitos de Ross. Pois a invasão de propriedade sem consentimento ou mandato infringe os diretios de privacidade. Da mesma forma que é preciso um mandato para invadir uma residência, vejo de igual importância o acesso a dados confidenciais.

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  8. Oque Ross fazia era errado, proibido. Por mais que nos preguemos que a WEB deve ser livre e tal, a liberdade tem limites, e pra mim esse limite começa quando começa a virar crime. Acredito que a web deve ser livre no sentindo de ninguém dizer quem deve usar ou quem não deve, todos temos direito de usa-la. Mas oque fazer com ela não.

    O que o Silkroad fazia era dar espaço para criminosos cometerem seus atos. Ele tinha que ser fechado.

    Concordo com os amigos que dizem que sua prisão não se deu da forma mais correta, porém, não havia outro jeito de prende-lo. Nesse caso teve que ser necessário quebrar as leis para pegar alguém que esta fora da lei.

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  9. O caso do Silk Road evoca algumas questões relevantes. Até onde vai a liberdade de uma sociedade quando utiliza um serviço anônimo como a deepweb? Quem é que é responsável por regular o que é vendido ali? Num ambiente onde as pessoas e produtos podem estar em qualquer lugar, é difícil dar um endereço certo a esses serviços.
    Eu acredito que a humanidade deve caminhar para um estado no qual se as pessoas quiserem fazer algo, elas podem, contanto que não interfira nos direitos dos outros. Ou seja, a Silk Road foi somente uma instância do que vai ser normal no futuro, que atualmente está só engatinhando. Para mim, a internet, num mundo ideal deveria caminhar para o que é a deep web, dando anonimidade as pessoas e a liberdade de fazer qualquer coisa sem serem identificadas, caso não queiram. Porém, como é fácil ver nos comportamentos diários de comunidades online, isso definitivamente tem consequências ruins. O difícil é definir o que seria o equilíbrio nesse caso.

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  10. A Deep Web é usada tanto para troca de informações confidenciais, entre jornalistas por exemplo, quanto para venda de produtos e serviços ilegais. A Silk Road é apenas um dos casos mais famosos que foi descoberto pela polícia. Apesar do criador ter tido uma boa intenção quando criou o site para venda de drogas, ainda sim a Silk Road era um serviço ilegal e por ser aberto abriu as portas para a venda de todo tipo de coisa. Como visto no documentário em sala, o criador do serviço apenas prezava a liberdade e o anonimato para poder fazer compra e venda.
    Silk Road de fato tirava o perigo que envolvia fazer esse tipo de coisas nas ruas, mas ainda assim não deixava de ser um tráfico ilegal, e nesse caso sempre há riscos para as pessoas envolvidas e até mesmo para inocentes.

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  11. Como já foi discutido em outros seminários é preciso ter muito cuidado com o conteúdo a ser disponibilizar na Web. O caso da Silk Road, um site de vendas(ilegal) de drogas que opera na deep web,é muito interessante, pois uma plataforma que agrega vários criminosos dentro dela em anonimato não pode ser mantida. O anonimato era garantido até na forma de pagamento com Bitcoins. A internet é um meio muito poderoso, porém plataformas como a Silk Road acabam por usar esse poder de forma equivocada, facilitar a venda de substâncias ilícitas é crime e por mais que se queira direito a liberdade, esse direito não pode atingir os direitos de outros.

    Ter liberdade não é fazer o que quer sem pensar em terceiros! A partir do momento que se convive em comunidade, é preciso respeitar regras para que se conviva em sintonia com os seus integrantes.
    O seu limite deve ir até onde o limite do outro começar! E por mais que a Silk Road seja um "grito de liberdade", devemos analisar até onde esse grito pode soar, pois o que é liberdade para uns não é liberdade para outros, então cabe a cada cidadão respeitar os princípios do outro lembrando que se convive em comunidade.

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  12. Esse eh o caso em que o controle se aplica, na minha opiniao. Diferente do que disseram alguns colegas em comentarios acima, eu nao comparo de maneira alguma esse caso com o Aaron Swartz.
    Nao tenho como julgar a boa intencao do criador do site mas, como isso deu margens comprovadas para crimes, o que poderia ter sido feito seria um maior controle. Por exemplo, se algum registro de documento fosse necessario e, caso comprovado alguma venda ilegal, a policia tivesse acesso ao vendedor e ao comprador. Se os vendedores e compradores tivessem que declarar ao se cadastrarem que estao cientes das leis sobre compra/venda e que estao passiveis a punicao caso as desobedecam... apenas ideias para contornar esse tipo de situacao.
    E ai vem a questao da conscientizacao tambem do lado de quem prega a liberdade na rede, etc. de que os atos precisam atingir os alvos certos e nao dar margens para a ilegalidade nao-saudavel, assim dizendo.

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  13. Meio atrasado pra discussão, mas foi um dos temas que mais me chamou atenção...

    O ponto mais forte do documentário pra mim foi a parte sobre o julgamento.
    A forma como as provas foram obtidas é muito importante, pois se elas foram obtidas de forma ilegal isso pode anular o julgamento.
    Mas mais que apenas anular um julgamento, isso demonstra um abuso de poder do governo. Vivendo em sociedade nós basicamente permitimos que um governo exista para criar e aplicar leis, que deverão ser respeitadas por todos, inclusive pelo próprio governo. Claro, sabemos que as coisas não acontecem bem assim, política é um jogo de interesses, troca de favores, coisas que beneficiem a população só são feitas por questão de imagem para angariar votos, enquanto defendem interesses de quem financia as campanhas e os seus próprios. Mas nada disso torna a falha menos grave.

    Para fechar mais rapidamente uma investigação e não sair com uma imagem ruim, a polícia possivelmente se utilizou de táticas ilegais. Ok. Deixamos isso passar porque, claro, o cara é culpado mesmo, se não fosse não fariam isso. Um policial mata alguém na rua, registra o ocorrido alegando que estava apenas se defendendo, e não haverá mais investigação sobre o caso, como propôs recentemente um vereador ou deputado (não me lembro ao certo) no Rio de Janeiro, afinal, se não fosse um bandido o policial não teria atirado, uma pessoa quando se torna policial automaticamente só fala a verdade, certo? E se isso acontecesse com alguém que só estava no lugar errado na hora errada, o policial registra dessa forma e se livra das consequências? E se acontecesse com você?
    É um perigo o Estado ter poderes desse tipo, não apenas por poder te coagir ou incriminar livremente, mas porque ele não é uma entidade "inteira", é feita de pessoas. Pessoas que podem se aproveitar do poder-dever (o poder consentido a eles para cumprirem o seu dever como agentes do Estado) para interesses pessoais.
    Eu particularmente não quero um Estado com poderes ilimitados, menos ainda agentes superpoderosos afetando minha vida como eles acharem apropriado.

    E quanto a questão do documentário ser tendecioso: imparcialidade total é uma ilusão, a maneira como fatos são reportados já demonstra algum tipo de posicionamento. Claro, abusaram um pouco da emoção, mostrando como o Ulbricht era uma pessoa sonhadora e determinada e whiskasachê, mas é interessante para fazer um contraponto à opinião pública geral que segue a linha "se foi preso é bandido e não merece simpatia".

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