quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Tecnologia, Lei e Sociedade (2016.2) (23/11): "Mídia Cívica"

Leitura:
About The Center for Civic Media
Understanding media coverage: seven summer-long experiments with Media Cloud

Audiovisual:
HUMANITAS360
Ethan Zuckerman - Keynote - IND15
Civic Media: Technology, Design, Practice
Ethan Zuckerman fala sobre engajamento cívico e cultura de transparência (Áudio em Inglês)
From user to citizen: evaluating online engagement as civic learning - April 28, 2016 - TICTeC 2016
Civic Media
Humanitas 360

12 comentários:

  1. O Centro de Mídia Cívica do MIT define "Mídia Cívica" como toda forma de comunicação que fortalece os elos sociais de uma comunidade ou que cria um forte sentimento de engajamento cívico entre seus residentes. Baseado nessa definição, podemos concluir que a mídia cívica é muito mais antiga do que a era digital, tendo sido representada por jornais comunitários, música popular, entre muitas outras formas. Baseado nessa definição, talvez pudéssemos até mesmo categorizar as pinturas rupestres como uma forma de mídia cívica.

    Na era da informação, a mídia cívica adquire papel e potencial cada vez maiores - uma vez que a cada dia que passa, se torna mais fácil para qualquer cidadão de qualquer comunidade no planeta engajar aqueles ao seu redor usando qualquer um dos muitos caminhos possibilitados pela tecnologia da informação.

    As mídias sociais têm sido cruciais nesse sentido, como vimos com o exemplo da Primavera Árabe, mas esforços como rádio online e compartilhamento de vídeos também são importantíssimos na proposta de engajamento social.

    Acredito que a mídia social via Internet nos levará a uma era mais descentralizada, onde cada comunidade produzirá mídia relevante aos seus próprios interesses, mas simultaneamente mais globalizada, onde qualquer cidadão terá acesso a recursos técnicos e conhecimento que anteriormente eram limitados apenas aos moradores dos grandes centros. Isso traz perspectivas empolgantes não apenas para o desenvolvimento do mundo em zonas socialmente estáveis, mas para a luta contra a tirania em todo o mundo.

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  2. Mídia cívica são as formas de mídia que permitem que os cidadãos tenham uma voz na comunidade. A maneira convencional dos cidadãos serem ouvidos pelo governo é através das eleições, mas as eleições ocorrem com pouca frequência e são um meio muito indireto de entender a opinião de um cidadão porque há muitas questões envolvidas na escolha de um candidato. Com a Internet temos novas ferramentas para chamar atenção, como por exemplo a mídia social. Quando uma pessoa tem um problema com alguma empresa muitas vezes nem pensa mais em entrar em contato com a empresa, vai direto para o Twitter reclamar. Algumas empresas já estão ligadas nisso e contratam funcionários que ficam o dia inteiro nas redes sociais resolvendo esses casos, entrando em contato com os consumidores e procurando uma resolução para os seus problemas.
    As redes sociais também são um lugar onde ocorre ativismo, como nas campanhas do movimento Black Lives Matter. Com a #IfTheyGunnedMeDown , homens e mulheres negras postavam duas fotos, uma que podia ser distorcida por estereótipos negativos e outra que mostrava eles numa situação das quais tinham orgulho, por exemplo dando uma palestra ou na formatura da faculdade. E perguntavam se um deles fosse vítima de brutalidade policial, qual foto a mídia escolheria para divulgar a história? Essa hashtag foi usada mais de 168,000 vezes no Twitter. Alguns criticam o ativismo através das redes sociais, afirmando que não impacta suficientemente a realidade ou que até pode distrair de causas mais importantes, mas o que elas buscam impactar é o espaço das normas sociais. Esse espaço é muito importante no caso de problemas como preconceitos raciais e religioso.
    Com as novas formas de ativismo, há um empoderamento dos cidadãos. Mas precisamos aprender a ser mais eficientes. Muitas vezes uma campanha que atinge muitas pessoas na Internet acaba sendo muito pouco efetiva nas urnas. E o governo ainda precisa saber escutar as pessoas incluindo as que não tem acesso a Internet já que algumas campanhas além de afetarem apenas quem tem acesso a Internet e habilidade de usa-la, afetam apenas pessoas com dinheiro para financiar as campanhas propostas. É uma oportunidade do governo recuperar um pouco da confiança que vem sendo perdida nos últimos anos, a ponto de alguns considerarem participar da política algo sem sentido. A proposta de escutar a comunidade é chega a ser mais importante que transparência, ja que são poucos os interessados em investigar tudo o que o governo faz.

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  3. Atualmente, cidadãos comuns vem ganhando acesso aos mais diversos canais de comunicação graças ao advento da internet, redes sociais, entre outras coisas. Dessa forma, não somente espectadores, os cidadãos acabam virando também criadores de conteúdo. Assim, com o aumento desse acesso, também cresce a força dos elos sociais em uma dada comunidade, ajudando também a gerar um maior engajamento com a sociedade.

    Mas como esses canais permitem aos usuários muito mais do que somente coletar e reportar informações, isso se tornou um tópico de interesse para estudantes e pesquisadores, o que levou à criação do MIT Center for Civic Media (Centro para Mídia Cívica do MIT). Justamente por ir além de reportar acontecimentos, o centro prefere o termo mídia cívica, e não jornalismo cidadão, já que os participantes fazem muito mais do que só noticiar eventos.

    Além de estudar como a mídia cívica afeta nosso cotidiano, no centro também são criadas novas tecnologia para apoiar e alimentar a mídia cívica e ação política. Dessa forma, são feitos diversos estudos para entender melhor como os cidadãos se envolvem com essa nova mídia, e como as notícias se portam quando se relacionam a diversos temas, como por exemplo, aborto, até mesmo sobre expressões que carregaram conotações diferentes ao longo dos anos e o que aconteceu para que essas mudanças ocorram.

    Dessa forma, o centro enxerga a mídia cívica como uma ferramenta que pode ser usada para alterar diversos aspectos da sociedade, vindo por meio de ações geradas pelos próprios moradores de uma comunidade.

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  4. Pelo que entendi, mídia cívica é qualquer uso de media que estimula engajamento cívico. Diante das fontes apresentadas, blogueiros, jornalistas comerciais, opiniões individuais de indivíduos dentro de redes sociais são algumas das pessoas que estão envolvidas na mídia cívica. Essa mídia permite que haja uma discussão publica independente - ainda que a grande mídia não de a devida importância -, fiscalizando o governo e promovendo responsabilidade.
    Diante da queda da credibilidade da mídia convencional por causa da seleção de noticias que visam promover um ponto de vista ideológico, as pessoas vem procurando canais de comunicação alternativas que visem dar as noticias sem nenhuma opinião ideológica, ou que satisfaçam um ponto de vista ideológico contrario ao ponto de vista ideológica da grande mídia. A internet foi uma grande salto para que esse tipo de acontecimento fosse possível.

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  5. Em mundo no qual pós-verdades são mais relevantes que fatos, o papel desempenhado pela mídia cívica é de extrema importância na luta pelos direitos civís.

    A noção dos anos 90 de que a internet nos uniria ao mundo tornando possível o contato entre pessoas de todo globo não resistiu sem ferimentos à era das redes sociais. As próprias redes sociais que tinha por intuíto inicial nos conectar aos nossos 'amigos', acabou criando bolhas entre aqueles com os quais temos mais afinidades. Por outro lado é inegável que com o enfraquecimento do alcançe e da credibilidade das mídias de comunicação tradicionais, o 'jornalismo 2.0' ganha poder, alcançe e dá visibilidade para setores da sociedade nunca antes ouvidos.

    E é esta visibilidade, aliada à iniciativas que beneficiam a grupos interessados que viabiliza a mídia cívica. Ela não apenas informa, como também une, troca experiências, saber e oportunidades entre pessoas que que se encaixam no grupo. E em nossos dias, para alguns indivíduos, isso as concede mais credibilidade que as grandes mídias

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  6. No Centro de mídia cívica do MIT é um centro de tecnologia onde é desenvolvido uma série de trabalhos com intuito de descobrir como pode-se conseguir usar as novas tecnologias para dar mais poder ao cidadão, fazer com que as pessoas tenham uma participação mais ativa nas suas comunidades e que elas consigam contribuir para o aprimoramento do processo democrático. O desafio é a criação de inovações tecnológicas para fortalecer o engajamento civil. Muitos empreendedores procuram o MIT para concretizar empreendimentos socias com critérios de inovação e de profissionalismo, ou seja, iniciativa privada sendo usados para resolver problemas sociais, novos conhecimentos e tecnologias dando mais poder para os cidadãos.
    Investimentos em prol da mídia cívica são iniciativas muito promissoras, pois estamos incluídos em uma sociedade cheia de ideias confusas acerca da realidade e que na maioria das vezes se opõem ao conhecimento verdadeiro. E o conhecimento tem sido muito distorcido por reportagens cheias de opiniões pessoais, o que é um absurdo, porque em minha opinião é um falta de respeito jornais considerados "sérios" se mostrando claramente não neutros a respeito de um assunto.

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  7. Do ponto de vista de Inovação e Tecnologia, o ponto mais interessante trazido por essa sessão é, para mim, o Centro de Mídia Cívica. O jornalismo cumpre uma função social muito importante, inclusive sendo responsável por levar informação às pessoas sobre o que acontece no mundo dos representantes eleitos. Também é papel do jornalismo informar sobre as diferentes opiniões, especialmente se elas estão em desacordo com o que é proposto e está prestes a ser aprovado. Usar tecnologia para avaliar a repercussão de certos eventos na mídia e avaliar as causas para tal repercussão é uma inovação que pode afetar aqueles que tem dificuldade em fazer sua voz ser ouvida. Obter meios de garantir que uma causa não seja propositalmente ignorada e a natureza da repercussão seja condizente com os objetivos é uma possível consequência. Mas mais do que isso, é importante que a mídia seja posta em xeque sobre a sua cobertura dos diferentes eventos, para que a mesma não use seu poder para controlar a opinião pública, e dê uma plataforma justa a ambos os lados de uma causa. E o projeto Media Cloud proporciona isso.
    Engajamento social sempre foi uma maneira de driblar a burocracia envolvida na ajuda que vem de cima pra baixo, onde o governo tenta resolver os problemas da sociedade. O ativismo é uma maneira de fazer a diferença para aqueles que precisam de uma maneira mais direta, da maneira acordada por aqueles dispostos a oferecer seus esforços. E é por isso que também é importante que esforços dessa natureza não fiquem ilhados. A integração e comunicação de projetos sociais ajuda a melhorar os possíveis resultados a se alcançar, a reforçar a transparência dos mesmos, mas também a convocar aqueles ainda não envolvidos.

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  8. Muito me intriga como a mídia cívica é uma expressão da democracia mais participativa, onde os cidadãos deixam de depender passivamente das mídias tradicionais, para formar sua expressão midiática. E enquanto isso impossibilita que um pequeno cartel de midiaticos controlem toda a pauta politica ou econnomica, inclsuvie ignorando alguns fatos, isso pode levar a uma situação de polarização que estamos vivendo. Onde enquanto temos sites de mídia cívica de extrema esquerda temos os de extrema direita, e ambos reportam "fatos" constantemente contraditórios. Adicionalmente pode ter sido a mídia cívica e as expressões em redes sociais que contribuíram ao momento que temos em que a pós-verdade, eleita palavra do ano pelo dicionario Oxford, mais se exporta. Pouco importa os acontecidos e/ou fatos, mais importa as interpretações que meu grupo politico vai tirar desses fatos. Muito podemos argumentar que o mundo sempre foi movido a verdade que queremos interpretar, ou a verdade que os poderosos querem argumentar, e agora apenas vivemos o momento de mais democracia onde grupos totalmente antagônicos criam suas interpretações, de vez de um grupo pequeno detentor das mídias espaças antes da era da informação.

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  9. Mídia Cívica pode ser considerada qualquer forma de ação que faz com que as pessoas exerçam seu papel como cidadão e vai além de coletar informação e fazer denúncias.
    O centro do MIT faz um papel muito legal, ajudando a melhorar a sociedade de vários lugares do mundo. Eu gostei do projeto Promise Tracker, que serve pra acompanhar se os políticos realmente estão cumprindo suas promessas. E também achei interessante Media Cloud Brasil, que é uma tentativa de trazer o Media Cloud para português para analisar conteúdo, que eu acho que é texto, principalmente sobre tópicos de política.
    Acho que esses tipos de projeto muito importantes, já que muitas pessoas vem se distanciado desse tipo de ação.

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  10. Apesar de ser ainda muito fechada, a mídia tradicional vem aos poucos absorvendo a nova natureza ativa de quem outrora era somente consumidor de informações e que hoje não só a produz, como se engaja para mudá-ĺa. Uma suposta boa iniciativa é a da CNN. A CNN está organizando um grupo focado em desenvolver métodos para que pessoas comuns sejam provedoras de informação. Tornando possível que o indíduo reporte eventos e acontecimentos em tempo real e as envie para a CNN algo como uma wikipédia news. Tornando assim o indíviduo mais poderoso e engajado com a comunidade.

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  11. A mídia cívica propõe ao cidadão voz em uma comunidade, uma forma de ser ouvido por entidades governamentais ou pela própria população no geral. A ideia principal por trás do conceito de mídia cívica é que você exerça o real papel de um cidadão, engajando-se em práticas discursivas, jornalísticas, de apoio e respeito mútuo.
    Existem meios pelo qual o cidadão pode obter uma maior amplitude com suas ideias, elas por sinal são estimuladas com o crescimento tecnológico atual.
    Hoje por conta da globalização, o mundo interconectado acaba se tornando cada vez mais transparente, com isso o cidadão tem mais vantagens para realmente exercer seu papel na sociedade.

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  12. Mídia cívica é algo que para o Brasil atualmente seria muito utilizado. Estamos num momento de engajamento que não sei o quão próximo disso já existiu no passado, mas pessoalmente nunca vi. Devemos aproveitar que as pessoas estão insatisfeitas que o atual governo e construir de forma organizada ferramentas de fiscalização, de diálogo, de construção de idéias para tentar um governo mais próximo do cidadão com o governo. Seria um ponto interessante inclusive para se iniciar uma startup com um "mercado" promissor. Acho válido que aproveitemos o momento de turbulência para construir vantagens profissionalmente.

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