quarta-feira, 30 de março de 2016

Tecnologia, Lei e Sociedade (2016.1) (30/03): "Os Commons e a Produção Social"

Leitura:
Elinor Ostrom
Yochai Benkler
Tragedy of the commons

Audiovisual:
Tragedy of the Commons or The Problem with Open Access
Garrett Hardin on the Tragedy of the Commons
Ending The Tragedy of The Commons
Sustainable development and the tragedy of commons
The idea of the commons and the future of capitalism

13 comentários:

  1. Quando você olha ao seu redor, é imediatamente óbvio que a tragédia dos comuns é uma descrição precisa da natureza humana. Exemplos são as criações humanas como a Times Square, Usenet e Love Canal, todas representam tragédias dos comuns.

    Seria fácil e conveniente dizer que a tragédia dos comuns é um fenômeno moderno, que os humanos não eram capazes de fazer muito dano até que sua população ultrapassou determinados números ou suas ferramentas tecnológicas tornaram-se poderosos além de um certo ponto. No entanto, este limiar foi atravessado na pré-história humana, quando é provável que algumas outras espécies foram caçadas até a extinção.

    Capitalismo de mercado livre nos ensina a melhorar nossas vidas e as de outras pessoas, aumentando a produtividade e eficiência. Os seres humanos devem olhar para fora do sistema capitalista, para a auto-contenção, que vai evitar a destruição de todos os bens comuns utilizados por nós.

    ResponderExcluir
  2. A tragédia dos comuns é um problema que ocorre quando os indivíduos exploram um determinado recurso compartilhado de tal forma que a demanda é superior à oferta tornando esse recurso compartilhado indisponível para alguns ou para todos os indivíduos que o exploravam.

    Garret Hardin, biólogo autor de "A Tragédia dos Comuns", cuja principal preocupação era a superpopulação, utilizou o exemplo dos campos de pastagens para explicar o que seria a tragédia dos comuns. Garret Hardin explicou que a terra poderia fornecer recursos de forma adequada desde que o número de pastores de gado fosse mantido sob controle através de mecanismos de controle natural da população como guerra ou doença.

    O problema é que se o número populacional(no caso do exemplo acima, de pastores de gado) aumentar e o controle não for mantido, e se essa população que compartilha os mesmos recursos começarem a utilizá-los apenas em benefício próprio, esses recursos que são compartilhados com todos(no caso do exemplo, o campo de pasto) serão danificados e o meio que a população tinha de obter esses recursos não será mais capaz de provê-los.

    Garret Hardin sugeriu duas soluções para a tragédia dos comuns:a primeira seria a privatização do recurso em que o proprietário assume a responsabilidade de tomar o cuidado adequado do recurso, a segunda solução sugerida seria a regulamentação governamental dos recursos.

    Matheus de Farias Cavalcanti Santos - [mfcs@cin.ufpe.br]

    ResponderExcluir
  3. A tragédia dos comuns se tornou um tema bastante conhecido e discutido desde que seu significado foi cunhado em 1968 por Garrett Hardin, mas a expressão da tragédia já teria sido citada em uma observação feita por William Forster Lloyd sobre posse comunal da terra em aldeias medievais, em seu livro de 1833 sobre população, além de estar presente nos escritos da História da guerra de Peloponeso, de Tucídides (c. 460 a.C.- c.395 a.C.), e no livro I de Política de Aristóteles. O tema, apesar de antigo, descreve problemas reais no mundo atual. Nossa água, ar, paisagem, solos e muitos outros recursos comuns estão sentindo a pressão da exploração desenfreada no modelo de desenvolvimento contemporâneo. Como diria a música intitulada "Tragédia dos Comuns":
    "Tudo aquilo que é nosso, nós tendemos a perder
    Pois qualquer fonte de que pudemos usufruir
    Esbarrou na ineficiência de sabermos dividir."
    Entender como a Tragédia dos Comuns funciona e investigar formas de gestão sustentável é indispensável para se manter a qualidade e longevidade de recursos comuns.

    Maria de Lourdes de Barros Reis - mlbr@cin.ufpe.br

    ResponderExcluir
  4. A tragédia dos comuns (tragedy of commons) é uma situação onde indivíduos agem pensando unicamente no benefício individual, sendo isso contrário ou não aos interesses da sociedade. No mundo atual, onde a internet é o lugar mais rápido e fácil de se comunicar, expressar opiniões e consequentemente de se encontrar casos de pessoas que agem de forma egoísta a tragédia dos comuns se faz presente com maior intensidade.
    Um caso que se encaixa bem nessa definição é o do governo chinês que proíbe permanentemente o acesso a vários sites, incluindo YouTube e Twitter, usando um sistema chamado de "Great Firewall", como maneira de controlar os cidadãos e consequentemente suas fontes de informação e ações. Em contrapartida, Edward Snowden pode ser considerado um exemplo contrário a definição de Tragedy of commons, pelo fato de ter vazado dados sigilosos interceptados pelos EUA de forma ilegal com o intuito de alertar o mundo. Ele poderia vender os dados a outras nações e lucrar com isso, mas decidiu que divulgaria os dados sem cobrar nada, pensando no bem comum, acreditando que todas as nações que tinham ou não mensagens interceptadas, deveriam ter ciência disso e tomar as devidas providências. É necessário despertar nas pessoas a noção de que o bem comum pode sim render mais frutos que um benefício individual.

    Anna Beatriz Sena de Arruda (abs7@cin.ufpe.br)

    ResponderExcluir
  5. A tragédia dos comuns se refere a situação em que as pessoas agem de forma egoista buscando mais o benefício individual ou, se agem de forma que pareça mais grupal, por traz das atitudes existe uma busca em benefício próprio. Podendo ir de encontro muitas vezes com os interesses da sociedade.
    O uso de recursos que são de acesso livre e acabam sendo explorado de forma exarcebada é onde se baseia o estudo da tragédia dos comuns. Mas podemos trazer facilmente pro campo tecnológico e político(acredito que o conceito pode ser aplicado em qualquer campo onde haja interação de individuos por bens comuns). Por exemplo, existem pessoas mal intensionadas que usam a indetidade de terceiros em benefício próprio, identidade que muitas vezes é conseguida de maneira ilegal atravez de invasão de privacidade e violação de dados alheios.
    Acredito que, infelizmente, o fator tragédia dos comuns seja inerente ao ser humano, pois não é de agora que indivíduos tomam decisões baseados no benefício próprio mesmo que a decisão seja nociva a terceiros e(ou) a natureza. O que podemos fazer para nos proteger dos atos de má fé de terceiros é tomar medidas de proteção adequadas e tentar nos garantir da melhor maneira possível para evitar que possamos ser lesados.
    Yasmine Santos (ycps)

    ResponderExcluir
  6. A hipótese levantada pela "tragédia dos comuns" foi popularizada por Garrett Hardin em 1968 quando o movimento ambientalista começou a dar os primeiros passos. O problema se baseia no uso de recursos que são de acesso livre que acabam sendo explorados de forma irracional. Hardin afirma que as coisas que fazemos em detrimento de fazer o bem, nós acabamos permitindo que aqueles com menos consciência social criem tragédias.
    Contextualizando com a realidade da internet e a evolução dos softwares, alguns especialistas têm se preocupado e têm relacionado a hipótese da "tragédia dos comuns" com a tecnologia. Eu achei um artigo interessante do autor Bill Davidow intitulado de "The tragedy of the internet commons" do ano de 2012. Ele diz que no mundo físico as leis protegem nossa privacidade mas que no mundo virtual existem poucas leis de proteção e que a privacidade é um direito alienável. Segundo Davidow, o governo deveria proteger as informações dos cidadãos com o rigor que merece e ele concorda quando Hardin diz "a lógica inerente dos comuns gera tragédias sem remorso".
    Hoje em dia as pessoas gastam horas filtrando emails de spam, mudando senhas e tendo medo de ter a identidade roubada. Uma solução é que limitando o acesso e garantindo que os tomadores de decisão recebam o resultado de suas ações nos permite tratar de questões importantes.

    Glória de Fátima Andrade Barros Lima - [gfabl@cin.ufpe.br]

    ResponderExcluir
  7. Uma ramificação da "tragédia dos comuns" que está diretamente ligada ao nosso meio é chamada de "conhecimento dos comuns", isto é, qualquer informação, dado ou conteúdo que pertence ao coletivo e administrado por uma comunidade de usuários. Uma ramificação deste conceito hoje é mais conhecido como código aberto. Outra que conhecemos e não tem um nome específico, mas conhece-se por ser aquele código que geralmente o criador não o deixa privado, não escreve uma licença e nem se preocupa com os direitos do mesmo. Este tipo de "comum" é um recurso digital que ele chama de "non-subtractable", que quer dizer que múltiplos usuários podem utilizar o mesmo recurso sem que haja efeito em sua quantidade ou qualidade. Ou seja, o significado da "tragédia de comuns" muda completamente de figura. Então até que ponto o "conhecimento dos comuns" pode fazer parte daquele conceito? Seria necessário que houvesse alguma espécie de sabotagem naquele recurso para ser considerado "conhecimento dos comuns"? E se a quantidade não é alterada ainda assim, este termo ainda faz parte da "tragédia"? Ambos conceitos ainda são até certo ponto incógnitas que não se sabem se haverá evolução no debate, ou se simplesmente "ficará por isso mesmo".

    ResponderExcluir
  8. A tragedia dos comuns ou o problema do acesso livre, segundo o vídeo mostrado em sala, é uma situação em que vários indivíduos utilizam de um mesmo recurso aberto e não pensam coletivamente para utilização do mesmo. O exemplo dado no vídeo "Tragedy of the Commons or The Problem with Open Access" retrata bem a situação quando fazendeiros querem obter mais lucro colocando mais ovelhas no campo para pastar, porém não pensar que isso pode afetar o solo do campo e consequentemente não só diminuir a produtividade das suas ovelhas, mas também de todas as ovelhas que utilizam esse mesmo campo. Como o autor mais reconhecido, quando se fala de tragédia dos comuns, Garrett Hardin, alerta no vídeo "Garrett Hardin on the Tragedy of the Commons" o problema de dividir recursos deve ser feito de uma maneira que vai de acordo com a natureza humana, não somente de maneira egoísta, mas sim de forma que todos possam usufruir do recurso sem precisar degradá-lo.

    ResponderExcluir
  9. Culturas onde a grande maioria se importa demais com seu próprio interesse a ponto de não pensar no crescimento em conjunto estão sujeitas ao fenômeno classificado como tragédia dos comuns ou o problema do livre acesso. Podemos observar do ponto de vista social o sistema de saúde americano em contraste com o do japonês. No sistema de saúde japonês o governo paga em média 70% dos gastos e o beneficiado paga 30% contando com uma variação pra quem trabalha em empresa e idosos. Já no americano eles pagam em média R$1143 ($328) mensais pelo plano.

    [1] http://www.teaching-english-in-japan.net/articles/healthcare.html
    [2] http://www.policyprescriptions.org/japans-tragedy-of-the-commons/
    [3] https://en.wikipedia.org/wiki/Health_care_in_the_United_States#Overall_system_effectiveness

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caio,
      Não me parece razoável relacionar a temática da "tragédia dos comuns" ao tema da assistência à saúde nos EUA. A tragédia dos comuns diz respeito ao problema do compartilhamento de recursos abertos. Veja a Internet, por exemplo.

      Excluir
  10. A humanidade vem crescendo bastante e a evolução se faz presente em nossas situações. A evolução tecnológica principalmente, o que o faz cair nesse meio comum, como o github por exemplo, onde existe um espaço onde pessoas podem compartilhar as coisas. Com várias pessoas partilhando de mesmos recursos, pessoas de diferentes desejos, onde por muitas vezes prevalece o egoísmo, desejando-se sempre levar o melhor, levou o ecologista Garret Gardin, como fala na entrevista, a se preocupar com tais recursos e pensar que diante de tanta partilha , por muitas vezes exagerados das pessoas, tais recursos pudessem se tornar escassos ou deixarem de existir, podendo cair no que ele chamou de "Tragédias dos Comuns". De fato, a partir do uso sem controle e da divisão por muitas vezes erradas das pessoas, recursos, inclusive naturais, poderiam tornar-se escassos. Mas um ponto também é importante nessa questão foi sobre o estudo da Nobel Elinor Ostrom, onde nos mostra que podemos controlar esse caso sobre a tragédia, se tivermos ordem, controle das coisas, além de conseguirmos frequentemente criarmos soluções pra tais problemas. Como falado no inicio, estamos crescendo muito e rapidamente, nossa população está cada vez maior, e por isso na opinião muito controle tem que existir, mais na verdade, do que já existe, seja no meio natural ou até tecnológico. Sem controle e organização, tudo se acaba e e se desordena, rapidamente. Tema muito importante e esclarecedor.

    ResponderExcluir
  11. Tragédia dos comuns ou problema dos recursos de acesso aberto ocorre quando cada usuário obtém um benefício direto ao utilizar um determinado recurso, porém, recebe somente uma fração do custo da exploração. Não faltam exemplos, muitos relacionados ao meio ambiente, como: Desmatamento da floresta amazônica, excesso de pesca em determinados locais, etc.

    É um problema que parece familiar, mesmo a primeira leitura, pois se faz presente desde o início da história da humanidade.

    A solução mais comum para este problema defende que é preciso ter alguma regulamentação feita por autoridades, para que o uso do determinado recurso seja correto, sustentável, etc.

    ResponderExcluir