domingo, 7 de outubro de 2018

Tecnologia, Lei e Sociedade (2018.2) (03/10) (VIRTUAL): "Os Commons e a Produção Social"

Leitura:
Elinor Ostrom
Yochai Benkler
Tragedy of the commons
Law, Innovation, and Collaboration in Networked Economy and Society
The Wealth of Networks

Audiovisual:
Tragedy of the Commons or The Problem with Open Access
Tragedy of the commons | Consumer and producer surplus | Microeconomics | Khan Academy
Garrett Hardin on the Tragedy of the Commons
The Tragedy of the Commons
Ending The Tragedy of The Commons
Discussion 2 On Benkler's paper
The Penguin and The Leviathan: The Science and Practice of Cooperation
Harvard Professor Yochai Benkler: "Degrees of Freedom, Dimensions of Power" (SFLC 2017)

5 comentários:

  1. A tragédia dos comuns é um dilema decorrente da situação que múltiplos indivíduos, a gente independente mente e consultando única irracionalmente seus próprios interesses, diminuíram rendimento de um recurso limitado compartilhado, até mesmo ao ponto de finalmente os botão, mesmo quando não está claro que não é do interesse de todos, a curto longo prazo, que isso aconteça.. esse dilema foi descrito pela primeira vez pelo Garret Hardin.
    Têm-se argumentado que o próprio termo tragédia dos comuns é um equívoco, uma vez que os comuns se referiam aos recursos da terra com direito de propriedade conjunta de membros de uma comunidade, e nenhum indivíduo fora da comunidade tinha acesso aos recursos. Entretanto, o termo atualmente é usado em ciências sociais e economia para descrever um problema em que todos os indivíduos têm acesso igual e aberto ao recurso. Assim, termos como a tragédia dos regimes de acesso aberto ou o problema do acesso aberto tornam-se um equívoco.

    Muitos pensam que a solução para o problema da tragédia dos comuns é a estatização agregada a vigilância, leis, regras. Hardin que preconizou tragédia, apresenta interesse especial por soluções que as de vinho da privatização ou da administração pública com relação ao bens comuns, principalmente aqueles mais escassos.

    Já Elinor Ostrom se opõe de certa forma as soluções apontadas por Hardin, principalmente no que se refere a propriedade estatal e privatização, ambas sujeitas a fracassar em algumas circunstâncias. Para Elinor, destaca-se a auto regulação que é um conjunto de métodos encontrados e administrados pela própria comunidade, principais interessados na manutenção da capacidade produtiva do bem comum que lhes seja peculiar. Como também por serem os indivíduos mais capazes de lidar com eventuais restrições que possam vir a ser instaurada ante sua proximidade com a realidade em que o dito recurso encontra-se inserido. Assim, por terem sido as regras, e consequentemente também de sanções previstas pelo seu descumprimento, geradas no próprio seio da comunidade auto regulador, através da participação coletiva, seria possível encontrar nas mesmas os elementos indispensáveis a sua eficácia, tais como o reconhecimento da autoridade necessária aos aplicadores dessas regras.

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  2. "Tragédia dos Comuns" é um conceito criticado por pesquisadores por falhar em distinguir adequadamente *propriedades comuns* e *recursos de acesso aberto*; e por ser indevidamente usado para estimular a privatização de terras. Entretanto, ainda podemos observar com clareza que a sua essência se origina da natureza individualista humana, encontrada desde o início do que chamamos de civilização.

    Ainda hoje, é possível perceber características e ações humanas que desprezam o todo em prol de um benefício local em vários âmbitos: trânsito (quando um motorista estaciona no meio de uma avenida movimentada), greves (pessoas que compram grandes de quantidades de itens que irão se tornar escassos (vide combustível na greve dos caminhoneiros)), especulação imobiliária, etc.

    Se estendermos essas ações para os sistemas complexos formados por humanos, podemos ver que o fenômeno emergente ainda segue o mesmo princípio de individualismo num grau mais macro. Por exemplo, a livre concorrência faz com que empresas queiram dominar o mercado de consumidores - que neste caso podemos chamar de 'commons' - a qualquer custo. As regras macro-individuais são claras: maximizar o lucro, conquistar mais consumidores e extrair o máximo deles. Como consequência, as empresas acabam comprando (se fundindo a) outras, similarmente a um câncer, sempre consumindo mais e mais recursos, e crescendo cada vez mais.

    Sob este ponto de vista, nem a privatização de recursos compartilhados seria uma solução, nem mesmo um remédio, para a tragédia dos comuns.
    De fato, todos nós tomamos nossas ações para um benefício próprio (por mais nobre que ele possa ser), e não pensamos como uma "espécie a longo prazo".
    Somos como um parasita no planeta Terra; um parasita que consome os recursos de seu portador até que não haja mais nada - momento no qual a morte de todos chegam. Somos como certos modelos de autômatos celulares, que estão fadados à extinção após várias e várias gerações.

    Como discutimos da aula de Governança de IA, a solução está em mudança de paradigmas. Um paradigma que considere o que Hardin chama de feedback (presente em outras espécies). Mas quais são as medidas necessárias para fazer isso? Será mesmo possível? O que vai levar uma pessoa qualquer a pensar a longo prazo ao invés do seu próprio período de vida?

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  3. A Tragédia dos Comuns é um termo utilizado em Ciências Sociais referente a situações em que recursos compartilhados são utilizados de maneira egoística por usuários individuais com intuito de atender aos seus próprios interesses. Situações como essa são mais recorrentes do que deveriam nas sociedades atuais. Pessoas que participam de uma comunidade de indivíduos e que compartilham recursos com essa comunidade muitas vezes apresentam a falta do senso de autoridade, pois, diante da comunidade, cada indivíduo deveria ter o mesmo "nível de importância" e, por conta disso, não deveriam ter qualquer tipo de favorecimento perante os outros. Nesta situação, o bom senso é fator muito importante para a sustentabilidade pacífica da sociedade.
    No cenário atual, aparenta-se que os indivíduos da comunidade estão todos contra todos, onde qualquer resquício de vantagem deve ser auferida de maneira individual por cada um. É como Rodrigo falou no comentário acima. Situações como essa são vistas em vários âmbitos da nossa sociedade como é o caso dos trânsitos, filas de bancos, greves, etc.
    Acredito que a mudança nesse tipo de atitude para uma consciência mais coletiva e em prol da sociedade é um dos grandes fatores que possui potencial para contribuir com a mudança que todos tanto querem para a sociedade e para favorecer a uma convivência mais pacífica e mais agradável dos indivíduos em sociedade. Afinal, a raça humana foi feita para viver em grupo.

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  4. Muito interessante ler mais a respeito do conceito da tragédia dos comuns. Gostei muito das comparações feitas por Rodrigo em como podemos relacionar este termo nas atitudes simples e diárias do homem na sociedade atual. Como podemos perceber que geralmente pensamos primeiro a nosso favor e nunca pensamos no benefício geral e como nossas ações poderiam ser diferentes se confiássemos mais que o outro também pensaria em prol da comunidade. Infelizmente, não acredito que nossa sociedade está preparada para pensar em comunidade e só basta como solução a privatização ou algum processo de permissão que limite e controle a exploração do recurso.

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  5. Acredito que é necessária muita cautela ao analisar uma possível situação de acesso aberto (open access), pois é uma situação aparentemente simples, mas fácilmente leva as conclusões erradas. Como foi apontado pelo ambientalista Derrick Jensen, a Tragédia dos Comuns estava sendo utilizando como propaganda para defender a privatização, quando a mesma não se apresenta como real solução para o problema. Um fator de suma importância para que ocorra uma situação de Tragédia dos comuns é a falta de comunicação entre os agentes que tem acesso ao bem comum. Porém, com o Yochai Benkler, estamos na era da informação e, por isso, economias baseadas em em comuns se tornam possíveis novamente. Um exemplo são os softwares open-sources livres e hardware open sources. Acredito que um estudo definitivo sobre a Tragédia dos Comuns pode vir do estudo dessas duas culturas de open-source criadas organicamente pelo advento da internet. É importante perceber que, por exemplo, o software open-source reafirma uma das teorias sobre a tragédia dos comuns de que os agentes atuantes no comum irão se organizar por si sós para que a manutenção do comum seja garantida.

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