quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Tecnologia, Lei e Sociedade" (2018.2): "Open Science (Ciência Aberta)"

Leitura:
Open science
A gentle introduction to the Polymath project
Polymath project
Reinventing Discovery

Audiovisual:
Pulling back the curtain: Terence Tao on mathematics in the Internet age
Can math be crowdsourced? Terence Tao on how the Internet is changing how some mathematicians work
How open science protects us | Tim Smith | TEDxChamonix
Open science: Michael Nielsen at TEDxWaterloo
Doing Science in the Open
Doing Science in the Open: Interview with Michael Nielsen
2017 06 28 Open Repositories Day 1 0845 Keynote Sir Timothy Gowers

7 comentários:

  1. Achei muito legal as pontuações do Terence sobre a importância de demonstrar os caminhos "errados" das pesquisas, e como esses caminhos podem dar a luz a outros pesquisadores. E a ideia se torna ainda mais interessante quando se é aplicada a um projeto como o polymath. Várias pessoas opinando sobre ideias de como resolver problemas de trabalho, buscando, eventualmente, por uma solução ótima, me parece uma forma de encurtar o tempo de pensar em como resolver o problema.

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  2. Achei incrível a idéia de ciência colaborativa proposta pelo projeto polymath. Enquanto a forma atual de se fazer ciencia acaba virando para muitos pesquisadores uma espécie de competição, open sience traz o foco para o que realmente importa, que é a resolução do problema proposto. O aumento da qualidade, uma vez que há bem mais pessoas revisando o trabalho continuamente, é inegável. Além disso, o viés do pesquisador é diluido quando há várias pessoas pesquisando. Gostaria de ver esse conceito aplicado à outros campos da ciência, porém, a implementação num cenário como o Brasil é difícil, pois o sistema é feito de forma a priorizar quantidade. Acredito que o caminho para tonar open science algo usual depende bastante dos grandes pesquisadores, que são os que tem condições de "puxar" a atenção para projetos abertos e trazer incentivos que torne aos outros pesquisadores contribuir para open science.

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  3. De acordo com a Comissão Europeia, a Open Science representa uma nova abordagem do processo científico baseado no trabalho cooperativo e novas formas de difusão do conhecimento, utilizando tecnologias digitais e novas ferramentas colaborativas. A OCDE define Open Science como "tornar os resultados primários dos resultados de pesquisa financiados com fundos públicos - publicações e dados de pesquisa - publicamente acessíveis em formato digital sem restrição. A Open Science têm a ver com estender os princípios de abertura a todo ciclo de pesquisa fomentando o compartilhamento e a colaboração o mais cedo possível, implicando assim a mudança sistêmica na maneira como a ciência e a pesquisa são feitas.
    O projeto Open Science é dedicado a escrever e lançar software científicos gratuitos e de código aberto. Eles são um grupo de cientistas matemáticos e engenheiros que querem incentivar um ambiente colaborativo no qual a ciência possa ser seguida por qualquer um que seja inspirado a descobrir algo novo sobre o mundo natural.

    Um site bom para olhar é: http://openscience.org/

    Grande parte do trabalho da ciência depende da disponibilidade de ferramentas apropriadas para analisar dados experimentais e para inter-relacionar com modelos teóricos. Computadores poderosos agora são baratos o suficiente para que o poder de processamento significativo esteja ao alcance de muitas pessoas. A peça que falta no quebra-cabeça é o software que permite ao cientista escolher entre os modelos e entender suas observações.
    Que passos práticos podemos dar para a Open Science?
    Em todo o mundo, Michael Nielsen, autor de "Reinventing Discovery", afirma que nossos governantes gastam mais de 100 bilhões de dólares por ano em pesquisa básica. Ele afirma também que esse dinheiro vem da arrecadação de impostos, e que devemos exigir uma mudança para um cultura científica mais aberta.
    O que uma pessoa pode fazer se ela for uma cientista? Segundo Nielsen, ela deve experimentar a Open Science. Carregar alguns dos seus dados antigos e código antigos para o mundo online. Documentar, incentivar outras pessoas a usá-la e certificar-se de dizer como gostaria de ser citado. Experimentar fazer um blog. Empurrar a própria zona de conforto - tentar usar o blog para desenvolver algumas dessas ideias que ela teve na sua cabeça por anos, mas nunca chegou a seguir. O cientista têm pouco a perder, e trabalhar abertamente pode ajudar a inspirar vida em suas novas ideias. Se esse for um compromisso de muito tempo, tentar fazer algumas dessas contribuições para os projetos científicos abertos de outras pessoas, por exemplo, fazer um comentário em um blog de ciências ou uma contribuição para um wiki.

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  4. Sempre apoiei a ideia de compartilhar ideias, conhecimento mas nunca pensei no lado de também compartilhar as dificuldades, os erros. A ideia da ciência ser vista mais como um ambiente colaborativo em vez de competitivo é super válida e pode trazer benefícios para toda a comunidade acadêmica. Cientistas poderiam evitar adotar uma metodologia se já tivessem conhecimento que não deu certo e o seu motivo. Além disso, a qualidade do trabalho iria melhorar já que iria se receber uma quantidade maior de feedbakcs.

    Sem contar que essa visão competidora ou o sentimento de vergonha de publicar um experimento sem sucesso, nem sempre é um fator inspirador e muitos acabam desistindo de um projeto sem antes terminá-lo.

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  5. Naturalmente, ao nos depararmos com artigos científicos ou apresentações de projetos ou trabalhos, a tendência é que vejamos algo que, não necessariamente seja relevante, mas que não tenha tantas falhas, ou erros. A ideia de compartilhar as experiências por mais negativas que sejam é algo que tem muito a contribuir com a comunidade cientifica. Muitas vezes as dificuldades enfrentadas por um pesquisador também são enfrentadas por outros pesquisadores. Ao tornar pública essas dificuldades e compartilhar essas ideias, o processo de tratamento e resolução dessas dificuldades torna-se mais simples e fácil, com a interação e troca de ideias entre diversos indivíduos, e muitas vezes pode acabar contribuindo bem mais com a comunidade científica do que uma publicação bem sucedida de um artigo científico.

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  6. Paulo Renato Barbosa da Silva11 de setembro de 2018 às 16:38

    Tive grande curiosidade em ver o documentário sobre Aaron Swartz, mencionado em sala de aula. É possível ver a concepção de ciência aberta sendo posta em prática, ele atuou como um espécie de Robin Hood da comunidade científica, fornecendo milhares de artigos a todos que desejassem ter acesso. Como consequência Aaron foi por diversas vezes processado e perseguido, culminando em seu suicídio. O documentário me fez refletir se as leis de propriedade e distribuição intelectual estão realmente defendendo o autor ou o mercado de revistas científicas. A exemplo do Brasil, os autores de artigos do MIT não eram pagos por suas contribuições, reservando todo lucro as editoras. Os editoriais científicos estão perdendo seu real valor, compartilhamento de conhecimento a sociedade financiadora de suas pesquisas. Se tornando um meio altamente regulador ao acesso ao conhecimento.

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  7. Por um lado, acho a linha de pensamento de Laura Kubzansky e do Dr. Viswanath sobre a tecnologia é bem interessante. No início da conversa no Museu de História Natural de Harvard vista no seminário, ele menciona frases ditas comumente por adultos no anos 50-60, se referindo ao impacto negativo de comics nos jovens. De maneira semelhante, vimos um grande leque de opiniões sem fundamentos científicos sobre as tecnologias digitais dominantes nos últimos 10 anos, incluindo smartphones e redes sociais. Para compreendermos o verdadeiro impacto da tecnologia em nossas vidas, precisamos estudar mais concretamente a felicidade e suas características, e elaborar mecanismos de avaliá-la com mais acurácia, ao invés da abordagem clássica de perguntar "Você está feliz?" de maneira direta. Por isso, concordo com a estratégia de JP Onnela para mensurar de maneira mais passiva e científica quais são os principais traços da felicidade na vida das pessoas.

    Sob outra perspectiva, a tecnologia cresce exponencialmente e de maneira quase imprevisível. Como animais, somos biologicamente preparados para lidar com um número limitado de pessoas de cada vez; porém, na internet, nos sentimos como num panopticon, onde nossas ações são sempre observadas e nossas opiniões, julgadas. Caso não séjamos preparados, esse tipo de ambiente pode estimular problemas psicológicos como ansiedade e depressão. Em meio a esses novos paradigmas do mundo moderno, temos amplo acesso à tecnologia, mas não somos educados ao seu uso. Precisamos aprender a 'justa medida', ou seja, como extrair os máximos benefícios da tecnologia, com satisfação, e mantendo nossa sanidade.

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