quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"Tecnologia, Lei e Sociedade" (2016.2): "A natureza da tecnologia"

Leitura:
What Technology Wants

Audiovisual:
Kevin Kelly: Technology's epic story
The Inevitable: The Next 30 Years in Tech with Kevin Kelly
TEDxSF - Kevin Kelly - What Technology Wants

13 comentários:

  1. A história da tecnologia pode facilmente ser confundida com a história da humanidade. Em parte porque, como é sugerido, a tecnologia é uma extensão da nossa espécie. E embora sua existência só tenha se tornado tangível graças à sua produção pelo homem, a tecnologia tem características inerentes que a acompanham desde sua existência meramente ideal. Essas características se manifestam na forma de tendências, e são o que Kevin Kelly se refere quando fala de “desejos” da tecnologia. As operações matemáticas básicas são, por exemplo, marcos inevitáveis na evolução do conhecimento matemático. Assim como a contagem. Embora sociedades diferentes tenham desenvolvidos algoritmos, símbolos e representações diferentes, é claro para nós que o conhecimento passou por um lugar comum. E a tecnologia é o conhecimento aplicado ao mundo real. A idéia de que o conjunto das tecnologias existentes possui uma “consciência” coletiva é uma abstração que facilita a compreensão de que as tecnologias são, de certa forma, algo natural. Essa idéia é reforçada no TED Talk de Kelly “Technology’s Epic Story”, quando ele traça o paralelo de que a tecnologia é um próximo passo na evolução da “eutropia” (antônimo de entropia) das coisas. Esse pensamento também é implicitamente sugerido no conto de Isaac Asimov “The Last Question”, obra de ficção que contempla a idéia de que a evolução terá como seu último estágio a capacidade de reverter a entropia do universo. Após construir sua idéia do Technium e relacioná-lo à tecnologia como a entendemos, Kelly usa sua idéia de que o futuro da tecnologia é o que ela quer, para tentar antecipar o futuro da tecnologia através de seu entendimento do que ela quer. Essa idéia vai de encontro ao que tendemos a pensar: que a tecnologia é feita para nos servir, e que seu futuro depende exclusivamente da vontade da humanidade.

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  2. Isso foi o que pude compreender sobre o que estudamos sobre
    o Kevin Kelly: o técnio é uma
    força e não temos como fazer com que
    a tecnologia nos obedeça, então, de-
    vemos aprender a usá-la. E como não temos
    como lutar contra ela, devemos aprender com
    ela, tentando entender o que ela quer. Parece meio
    contraditório, mas o técnio não é dito consciente, ao menos por
    enquanto, nao podemos afirmar isso, porém ele tem seus próprios
    desejos, mas também podemos direcioná-los. Ou seja, temos que
    saber o que a tecnologia quer. Precisamos saber! Podemos a orientar de alguma
    forma, mas ela vai sempre tá lá, com ou sem a nossa ajuda. Em minha
    opinião é um pensamento bem complexo, mas interessante de ser estudado.

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  3. Pelo que li do artigo do Kevin Kelly "What technology wants" ele quer saber sobre o que a tecnologia quer. Mas ele não se lembra que a tecnologia ela não possui desejo. É o homem que possui o desejo de querer a tecnologia. A tecnologia vai depender da necessidade do homem. Ela não tem desejo próprio para querer algo. Se ela possuísse desejo próprio, ela se desenvolveria sem a necessidade da ação humana ou de qualquer entidade viva.

    A tecnologia junta vários processos inconexos para produzir um efeito. Por exemplo, o funcionamento do computador depende da logica binaria e da industria de plásticos. Não existe principio científico comum entre a logica binaria e a fabricação do plastico. Dessa maneira, a racionalidade da tecnologia é a racionalidade da convergência de fatores separados para a produção de um efeito.

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  4. De muitas formas a tecnologia sempre aparenta ter certos desejos quando se pensa nos caminhos que ela toma na sua evolução. Por exemplo, temos o fato que muitas coisas foram inventadas em paralelo ao longo da história como o cálculo que foi desenvolvido tanto por Newton quanto por Leibniz. Esse tipo de fenômeno parece mostrar a tal de dinâmica tecnológica que está livre de contexto cultural.
    Agora concordo com o comentário de Alexandre quando ele fala que a tecnologia não é quem possui o verdadeiro desejo mas sim o homem, e isso explica porque a tecnologia sempre vai em direção do que é mais eficiente, potente e complexo, é porque é isso que nós desejamos e trabalhamos para alcançar. A tecnologia apenas avança por conta da vontade que os humanos possuem de melhorar as suas condições (embora possa acabar piorando, com invenções do tipo bomba nuclear).
    E pensar na tecnologia como uma entidade natural quase que pensante que tem capacidade de desejar é uma ideia meio mística e seguir esse pensamento talvez acabe sendo um pouco contraditório, como Renata apontou, já que o próprio Kevin afirma que a tecnologia ainda não possui uma consciência propriamente dita.
    Contudo, o técnio pode servir como uma analogia interessante e que pode nos auxiliar a imaginar o futuro das nossas ferramentas, sem ser um conceito verdadeiramente científico.

    -Ian (imvm)

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  5. Quando se pensa em necessidades da tecnologia e quando se analisa sua história, percebe-se que são equivalentes as necessidades da história humana e um bom exemplo disso é nos dias de hoje onde as tecnologias de comunicação crescem de acordo com a necessidade atual do homem. Ao ver a definição de technium no texto “What Technology Wants” como algo parecido com um organismo primitivo imaginei que faltava algo que o impulsionasse, algo que desse um propósito ao está lá exista e só consegui enxergar o homem como sendo o “sistema central” desse organismo.
    A analogia da tecnologia ser um organismo que cresce constantemente ao longo dos anos é muito forte e concisa, porém não podemos não podemos esquecer que ela foi criada do homem e por hora ela não pode “querer” nada mais do que o que o homem impor.

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  6. Em seu livro What Technology Wants, Kevin Kelly defende a existência de um sétimo reino da natureza (Protozoa, Animal, Fungi, etc.), que seria a própria tecnologia. Ele refere-se a uma grande força, nomeada por ele de technium, que seria um sistema interconectando toda a tecnologia que existe em torno da humanidade. Com esta definição, podemos efetivamente pensar na tecnologia como algo em constante evolução, mimetizando as outras formas de vida ao longo das eras.

    É importantíssimo salientar, como Leonardo o fez acima, que, (até o presente momento) contudo, o ser humano ainda exerce domínio sobre a tecnologia, que evolui à medida que a humanidade progride na pesquisa e desenvolvimento.

    Fica aberto o debate se em algum momento a tecnologia conseguirá “caminhar” sozinha, conforme ressaltado no trecho em parênteses do parágrafo acima.

    Um tópico interessante abordado por Kevin Kelly em sua participação no TEDxSF é quanto à necessidade de que os profissionais de tecnologia estejam sempre produzindo novas ferramentas.

    Segundo o mesmo, é sempre possível que haja uma mente brilhante que necessite de determinada ferramenta para realizar suas atividades, citando como alguns exemplos: van Gogh com a tinta a óleo, Hitchcock com a câmera de filmagem e Jimi Hendrix com o amplificador, e que talvez eles não obtivessem o mesmo sucesso caso alguém anterior a eles projetasse/desenvolvesse as ferramentas.

    Renato Vieira (rvlb)

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  7. Todo pensamento de vanguarda tente a gerar certa polêmica, e a temática em torno do Technium não é diferente. Sei que é petulante da minha parte discordar do estudioso Kevin Kelly, mas acredito que o desejo de todo esse aparato tecnológico que nos rodeia ainda é consequência da produção humana. Retomemos o "ainda" em breve.
    Se o Technium de algum outro planeta se assemelhar ao nosso é porque alguns dos desejos de seus habitantes se assemelham aos nossos. Concordo, no entanto, que da nossa curiosidade e sede pelo saber, derivou-se uma imensa gama de artefatos, que podem vir a possuir "vida própria" quando um certo nível de maturidade for atingido. É aí onde o "ainda" entra.
    O possibilismo francês acredita que o homem e o meio exercem entre si influência recíproca. Baseando-me neste pensamento, acredito que o Technium passará a ser considerado parte do meio quando atingir um estado de maturidade aceitável, e a partir de então, será dono dos próprios desejos.

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  8. A tecnologia já está tão integrada na sociedade que muitas coisas se tornaram comuns e “invisíveis” para maior parte da população. A velocidade em que essas tecnologias estão se desenvolvendo também é impressionante. O vídeo “The Inevitable: The Next 30 Years in Tech with Kevin Kelly” é interessante porque mostra situações prováveis para o futuro e o pensamento ou reação das pessoas em frente a esse avanço. Como robôs podem substituír as pessoas em certas tarefas ou a integração deles na vida das pessoas e o que eles podem ou não fazer.
    Quanto a tecnologia “andar” por conta própria ou ter uma consciência, acredito que não chegou a esse ponto e sim que ela avança de acordo com as necessidades e vontades dos seres humanos. No texto é citado que podemos analisar a tecnologia no passado em diferentes países e continentes para verificar semelhanças no desenvolvimento que seriam de natureza da tecnologia. Eu acho que essas semelhanças se devem mais as semelhanças nas necessidades dos seres humanos do que a uma tendência de crescimento da tecnologia.

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  9. Bem... Inicialmente fiquei chocado com a visão de Kevin Kelly(KK). Pareceu-me uma teoria mística e etérea, apesar de interessante. A nossa primeira intensão é de falarque ela está equivocada, mas não podemos de fazer tal afirmação, assim como não podemos confirma-la.

    Pensadores como Kevin Kelly são necessários para a evolução do conhecimento, pois possuem formas de pensar que põe em cheque a nossa visão de mundo e com o tempo nos direcionam para caminhos impensáveis em outras eras. A afirmação dele de que o reino tecnológico é vivo é assustador e fácil de repudiar, mas devemos ter a mente aberta para entender o termo 'vivo' de formas mais flexíveis. Se nos desligarmos de nossa humanidade nos tirando como 'centro' da terra, podemos entender a Terra em sim como um ser vivo e nós -humanos- como apenas um órgão deste ser maior (talvez o cérebro). E nesta visão a tecnologia seria o pensamento abstrato deste ser. Com um pouco de esforço podemos incorporar a visão de Kelly à Hipótese de Gaia, que é comum a diversas culturas dispostas pelo globo.

    É realmente algo bem distante do nosso dia-a-dia, porém é reconfortante saber que temos pessoas capacitadas empurrando e remodelando a nossa visão de mundo e barreira do conhecimento.

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  10. Interpreto o Kevin Kelly prega, quanto a vida da tecnologia, como algo que evolui, se diversifica, se apoia nos antepassados, assim como a vida humana e outras formas de vida mais simples, hoje em dia até "cria" coisas e tem certa "autonomia". No entanto, considero um efeito social, mais um efeito colateral e totalmente dependente do humano do que uma forma de vida. No meu ponto de vista a tecnologia se comporta como uma forma de vida, porque é criada pela mente de seres com vida. No meu ponto de vista, não chega nem perto da complexidade de uma bactéria ou seres unicelulares até mais simples. Se a gente pegasse toda a tecnogia que temos hoje e soltássemos numa cópia da terra sem humanos, ela estaria fadada ao insucesso. Enquanto que se a gente jogasse um grupo de formas primitivas unicelulares numa cópia da terra, eles podem até não terem sucesso, afinal o ecossistema da terra levou bilhões de anos para se equiibrar, não sei quais variáveis precisariamos olhar. Talvez a vida da tecnologia venha com impressoras de impressoras 3D e singularidade.

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  11. A medida que o tempo passou a própria tecnologia veio sempre melhorando a qualidade de vida das pessoas. Para isso é só olharmos toda a sua história desde a antiguidade, a partir do momento que o homem passou a desenvolver o arado, criação de animais e outras tecnologias por mais arcaicas que seja até desenvolvimento de grandes avanços na área da ciência como o advento da computação, e o enorme salto dado na área da tecnologia do século XX e XXI.

    "oque a tecnologia quer?"

    É uma pergunta um pouco filosófica porém com certeza a própria sociedade nos dirá a resposta. No futuro devemos saber como interpreta-la(a tecnologia) e conseguir suprir a demanda social,
    pois a própria ciência ficará a mercê dos adventos tecnologias e a tecnologia da ciência , vice e versa..., uma vez que a sociedade estará sempre disposta a exigir cada vez mais da tecnologia e cabe a ciência suprir toda essa fome.

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  12. Minha opinião é que o conceito do Technium ainda é "preso a muitas pontas soltas" como ele mesmo responde em um dos comentários no seu post: "I am guilty of “loose analogies.”. Talvez ele esteja se referindo a outra coisa fora da minha interpretação, mas cientificamente ele será "atacado" de várias direções. Suas teorias se sustentam em analogias que não possuem base suficiente para fundamentar o Technium. Minha opinião é que o conceito precisa maturar mais para ser melhor aceito.

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  13. Há muita disputa entre liberdade e segurança. Acusações de ambos os lados afirmando que se precisa abrir mão de privacidade pela segurança, no entanto quem vigia os vigilantes? Não é possível garantir o bom uso dos poderes do estado. Além disso quem é responsável se um backdoor for usado por alguém não autorizado,todo backdoor ou furo de segurança não é um furo somente para o governo investigar/espionar seus cidadãos, como também parar hackers e crackers espionarem sua vida. Sistemas seguros e revisados são mais que direitos, são o mínimo que podemos esperar de uma sociedade justa, todos tem o direito de manter seus segredos tão escondidos quanto consigam sem que isso indique um crime.
    E seu comentário sobre o que a tecnologia quer, precisamos entender como a relação humana-tecnológica se constrói se mantem. Como a humanidade usa a tecnologia para atender seus desejos mais primitos, como destruir o outro, assim como seus desejos mais ambiciosos, ir além de sua capacidade atual, transcender, dominar o mundo.

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