quarta-feira, 1 de julho de 2015

Tecnologia, Lei e Sociedade (2015.1) (01/07): "Jornalismo Investigativo e Transparência na Era Digital"

Leitura:
Investigative journalism
Whistleblower

Audiovisual:
Jornalismo investigativo na era digital
WikiRebels - O documentario (Leg. Rev. Pt.)
WikiLeaks: news in the networked era

4 comentários:

  1. O documentário “wikirebels” foi um dos mais interessantes que eu já vi.

    Perceber que um pequeno grupo de ativistas conseguiu geras mais furos de reportagem, num período de três anos, que quase todos os jornais consagrados é algo bastante revolucionário (e alarmante). Sem falar que o anonimato real possibilita, é só olhar a quantidade de informações que são entregues para serem publicadas mundialmente. Além disto, foi interessante observar que o objetivo do Wikileaks é bem maior que somente EUA x Oriente Médio. Nem sabia que o wikileaks estava publicando furos do problemas existentes em alguns países do continente africano.

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  2. Há duas semana nós conversamos sobre a significância da CyberWar para o mundo moderno. Eu argumentei que a Cyberwar seria capaz de desconstruir o espaço virtual à medida que aflige as relações que constituem a rede. Aqui trazemos uma versão um pouco diferente da CyberWar. Uma que não busca destruir, mas expor estas conexões.

    O conflito liderado pela WikiLeaks é extremamente relavante para o mundo moderno. Eu me pergunto, em momentos como esse, em que mundo eu vivo por não estar a par dessa discussão.

    Eu não quero defender aqui o que é certo ou errado na atuação dessas instituições, até porque o que a impressão que o documentário dos deixa é notavelmente parcial sobre a causa. Uma questão apresentada no documentário que não foi suficientemente trabalhada, mas que expõe as consequências da transparência é a seguinte: Alguns documentos revelados pela Wikileaks expuseram milhares de nomes de pessoas envolvidas nos eventos vazados, dando razão para mais retalhamento e violência. Essas ações, julgadas como irresponsáveis por muitos, são também vistas como necessárias por outros, que suportam a total transparência da informação.

    O ponto é: será que nós estamos preparados para lidar com essa crescente realidade de vulnerabilidade da informação? Como vimos no final da aula, a quantidade de iniciativas de jornalismo investigativo na linha do Wikileaks tem crescido muito ao redor do mundo. O que isso significa para as instituições de poder? O que o autor do documentário quis dizer com: “Precisamos mudar a forma como lidamos com a informação”?

    Eu, particularmente, preciso pensar a respeito.

    Abraços!

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    1. Achei bastante pertinente o seu comentário, Felipe.

      Enquanto assistia ao documentário, fiquei com esse mesmo questionamento e não pude deixar de pensar na importância de proteger os dados pessoais contidos nos documentos vazados.

      O processo de "Whistleblowing" é, de fato, muito importante para o empoderamento da população, tomada de decisões e combate à corrupção política e corporativa. Contudo, é necessário saber separar os dados que de fato servem para a descoberta de esquemas e procedimentos ilegais ou que vão de encontro aos direitos humanos e os dados pessoais de envolvidos. Expor indivíduos e familiares (alguns dados vazados incluíam endereços pessoais) a possíveis retaliações e violências é bastante danoso ao próprio movimento da transparência da informação.
      Defender a "transparência absoluta" às custas da segurança de inocentes (falo dos possíveis familiares) é um ponto bastante controverso.

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  3. Logo no começo do documentário WikiRebels foi dito algo que me chamou bastante atenção, quando um jornalista pergunta a Assange se seria possível o Wikileaks ter revelado mais informações secretas que toda a mídia global junta. Pergunta que Assange responde que sim, seria possível. E comenta o quão preocupante era o fato de que o trabalho da mídia global ter sido tão ruim, que um grupo de ativistas tão pequeno era capaz de revelar mais informações secretas do que todos eles em conjunto.

    Algo que nos faz perceber o quanto o papel do jornalismo investigativo foi relegado. Ou, por extensão, a transparência da informação como prática. E as desvantagens desse comportamento são bem claras, por exemplo, no caso da repercussão da crise de 2008 na Irlanda. Os danos que a falta de escrutínio causaram a eles.

    Isso sem falar nos crimes. Nos vários casos abusivos que, por exemplo, eram recorrentes nas guerras travadas pelos EUA. Todos absurdos que o Wikileaks trouxe para o público. Nesse sentido, assim como mencionado no final do documentário, também acredito que o Wikileaks plantou uma semente no panorama jornalístico. Semente essa que espero sinceramente que perdure, pelo bem comum.

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